No último dia 18 aconteceu em São Francisco de Itabapoana a visita técnica correspondente ao 8º encontro de aprendizagem do Programa de Formação e Desenvolvimento de Lideranças do Projeto NEA-BC. Além dos comunitários, a visita contou com a presença da bacharela em Ciências Sociais e licenciada em Geografia, Kariny Barreto da Silva Brito, que durante o trajeto fazia suas explanações sobre o local e a relação entre o passado e a atualidade desses ambientes sob o ponto de vista histórico, econômico e cultural. Kariny abordou também os aspectos relacionados à globalização. Outra presença importante e que contribuiu bastante no evento foi a do pesquisador Edson Martins de Freitas, que é morador do município e há anos coleta informações sobre a história de São Francisco de Itabapoana.
A visita técnica teve início com a saída dos participantes da sede do município, percorrendo o interior, e terminando no litoral. Foram percorridos aproximadamente 66,6 KM.
A primeira parada foi na localidade de Máquina, onde estão as ruínas da fábrica de amido de mandioca da Tipiti, construída pelo Barão Ludwig Kummer. Lá, os participantes puderam observar a grandiosidade do prédio que um dia representou um momento próspero do nosso município. Kariny, na sua fala, fez a relação entre o momento histórico do auge da fábrica com o que estava acontecendo no resto do mundo.
Para completar, todos se dirigiram a Barra do Itabapoana, exatamente no local onde foi a casa do Barão. Ali, Edson deu informações preciosas sobre a vida do Barão. Ainda em Barra, o pesquisador levou os demais participantes até o cais do porto, onde mostrou o descaso do poder público com um monumento histórico tão significativo: um canhão datado aproximadamente do século XVI que, atualmente, serve de atracadouro dos barcos que chegam à região.
A viagem prosseguiu em direção à praia de Lagoa Doce, onde estão as falésias, e perto de onde estaria localizada a Vila da Rainha, que teria sido o primeiro núcleo de habitação e colonização do Norte do Estado do Rio de Janeiro.
A praia de Manguinhos foi o último local a ser visitado. Lá, os visitantes foram até um local onde, em tempos de ressaca, o mar costuma desenterrar ossadas dos africanos que chegavam mortos da África no período do tráfico negreiro. São Francisco, para nossa vergonha, fazia parte da rota clandestina que trouxe milhares de negros para servirem de escravos na nossa região.
Esta visita técnica foi muito importante para que os participantes conhecessem um pouco mais da história do nosso município. São Francisco tem muitas belezas naturais que poderiam ser exploradas, de forma sustentável, favorecendo o turismo.
Fonte 📌: GGL de São Francisco de Itabapoana