II Fórum de Mobilidade Urbana do Norte Fluminense reúne quase 200 pessoas e questiona a mobilidade urbana como um tema isolado
“O povo costuma dizer que nós, os jovens, somos o futuro. Mas eu discordo. Eu acho que nós somos o presente e temos que fazer algo já”. Com estas palavras, Marissol Junqueira, estudante que integra o Grupo Gestor Local do Projeto NEA-BC de São Francisco de Itabapoana abriu o II Fórum de Mobilidade Urbana do Norte Fluminense, que aconteceu no último sábado, dia 27, no centro da cidade.
O evento, que teve como tema “Transporte coletivo e direito à cidade”, contou também com participantes de outros municípios: Carapebus, Quissamã, Campos dos Goytacazes e São João da Barra estavam representados.
A programação foi diversa e os quase 200 participantes assistiram a palestras, pela manhã e integraram grupos de trabalho à tarde. O advogado especialista em mobilidade Urbana Marcelo Paar Santiago falou sobre o princípio da transparência e defendeu a “incidência jurídica”, além da política: “É preciso participar em todas as esferas”, disse. Ele também mostrou que a comunidade precisa se organizar para mudar a situação da mobilidade urbana na região: “É preciso se informar, buscar apoio no Ministério Público, buscar auxílio no Tribunal de Contas e participar nas audiências públicas”, resumiu.
Juliana de Castro, pesquisadora do Programa de Engenharia de Transportes (PET-COPPE/UFRJ) também incentivou a busca por informações. “Para eu saber o que move o meu sonho, é preciso ter acesso a informação de qualidade”, disse. Ela defendeu a ideia de que a mobilidade urbana não é assunto isolado e que cidadania é igualdade de acesso: “Não existe escola, nem trabalho e nem comida sem mobilidade. Está tudo ligado”.
Foram diversas as ferramentas usadas para estimular o debate nos grupos de trabalho. Frases e símbolos ilustravam situações corriqueiras, e os participantes se identificavam: “ Isso acontece o tempo todo!” Disse Elias Lucas, morador de Carapebus quando viu a frase: “Não consegui descer no ponto”. Além de refletirem sobre estas situações, os participantes eram estimulados a formular propostas para a resolução delas. As propostas serão discutidas localmente e também em âmbito regional na Comissão de Mobilidade Urbana do Projeto NEA-BC.
Um varal de ideias reuniu vontades, sonhos e até soluções para alguns dos problemas enfrentados pelos moradores. Quem quis “colocar a boca no trombone” também teve esta chance: “Acessibilidade é Respeito!” defendeu a jovem Maísa.
O próximo Fórum de Mobilidade Urbana do Norte Fluminense vai acontecer em 2016 em Campos dos Goytacazes (Farol de São Thomé). Até lá esta turma tem muito trabalho pela frente!
O Projeto NEA-BC é uma medida de mitigação da Petrobras exigida pelo licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA.