Na noite desta quarta-feira (16) a população de São Francisco de Itabapoana foi convidada para discutir mobilidade urbana na primeira Audiência Pública realizada para elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. A empresa Monteiro e Manhães, contratada pela prefeitura fez uma breve explanação do que seria o plano de mobilidade urbana, ressaltando que este viabilizará o acesso do município a verbas federais e será um norte para o transporte do município, além de integrar diferentes modais de transporte, acessibilidade, mobilidade de pessoas e cargas entre outras questões. Afirmaram que o objetivo da audiência é alinhar as percepções dos arquitetos com a população. Apresentaram também as demandas levantadas, e algumas propostas como:
➡ Criação de eixos como o eixo norte sul de Kenedy até a ponte para viabilizar o acesso da população, aos portos de Kennedy e do Açu.
➡ Um terminal rodoviário próxima a ponte que liga São Francisco a São João da Barra
➡ A criação de uma zona especial de negócios ao lado do terminal que seria intermodal.
➡ Um anel viário na avenida vereador Edenites Viana
➡ Vias arteriais que farão a coleta dos eixos estruturantes
O Presidente da EMTRANSFI, José Amilton da Silva frisou que o plano culminará num projeto de lei que terá que ser aprovado pela câmara e assim atenderá as exigências do Governo Federal.
Reivindicações da população:
➡ A situação da avenida vereador Edenites Viana onde acontecem muitos acidentes pedindo que a mesma seja priorizada.
➡ A pavimentação das vias de acesso a ponte.
➡ Criação de uma outra Zona especial de negócios próximo ao porto de Kenedy.
➡ Estruturação da cidade para ser uma cidade dormitório.
➡ Utilização de ferrovias.
➡ Atenção especial as vias litorâneas para fins turísticos.
➡ Condições para ciclistas e pedestres transitarem em segurança.
➡ Necessidade de rotatórias.
➡ Legalização do transporte alternativo.
➡ Sugestão de revezamento das vans para localidades que não tem nenhum tipo de transporte.
➡ Dificuldade de investir em vans mais novas para circular em vias sem infraestrutura.
➡ Importância de fomentar a agricultura no município, a zona rural não tem vias de acesso nem transporte adequado.
➡ Dificuldade com o transporte coletivo irregular.
➡ Criação do Conselho Municipal de Urbanismo.
O Assistente de Mobilização e Logística do NEA-BC e Grupo Gestor de São Francisco de Itabapoana, Victor Carvalho apresentou brevemente informações sobre a militância do grupo, destacando que em 2014 foi realizado o Fórum de Mobilidade Urbana no município, e mencionou a Comissão de Mobilidade Urbana do Norte Fluminense, que envolve os municípios de Carapebus, Quissamã, Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana. Além disso destacou a importância de uma melhor divulgação das próximas reuniões, a necessidade de garantir a participação social em todas as etapas do processo de elaboração inclusive no diagnóstico; a dificuldade do transporte rural que foi contemplado apenas na fala dos munícipes e não dos técnicos; a situação da empresa São Francisco (Rogil) que tem contrato para prestação de serviços até 2018, mas não atende a população; e a situação da rodoviária que não foi inaugurada. Segundo Victor uma cidade desenvolvida não é aquela em que pobres andam de carro, mas ricos utilizam o transporte público.
A Técnica de Campo do NEA-BC, grupo gestor local de São Francisco de Itabapoana, Luisa Marques, ressaltou a metodologia utilizada na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Rio das Ostras e a revisão do plano de mobilidade urbana do mesmo município, além de reafirmar a necessidade da população participar de todas as etapas de elaboração, sendo uma garantia legal, podendo ser realizadas oficinas de diagnóstico participativo para a população elencar as prioridades.
Segundo a empresa, a prefeitura forneceu um calendário com prazo de 60 dias e apenas duas audiências públicas, e este prazo já foi prorrogado duas vezes. Por este motivo não há possibilidade de realização de um diagnóstico participativo e de mais reuniões com o poder público.
A partir desta informação, o NEA-BC levantou uma questão “preocupa-nos a possibilidade do referido plano ser apenas o cumprimento de uma formalidade, da elaboração do mesmo não atender as demandas da população de forma qualitativa.”